O chamado Bloco da Segurança Pública realizou um protesto, às 11h desta sexta-feira. O ato de repúdio contra o Governo do Estado é decorrente do parcelamento de salários dos servidores estaduais e aconteceu em frente ao prédio da SUCV e na Praça Saldanha Marinho.
Fazem parte do bloco a Associação dos Monitores e Agentes Penitenciários do Rio Grande do Sul (Amapergs); o Sindicato dos Escrivães, Inspetores e Investigadores da Polícia Civil (Ugeirm); a Associação dos Servidores de Nível Médio da Brigada Militar (Abamf); e a Associação dos Bombeiros do Estado do Rio Grande do Sul (Abergs).
Não há previsão de passeata ou trancamento de ruas. A ideia é fazer com que o ato pressione o poder público para discutir o parcelamento e viabilizar a integralização de salários. Neste mês, os servidores receberam apenas R$ 650. Há expectativa de outras mobilizações no Estado.
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– Já são oito meses de salários parcelados. É o sexto seguido! É um desrespeito ao servidor, que põe a vida em risco a serviço da população e não recebe para isso. Já basta trabalhar sem pessoal, sem viatura, sem combustível e, agora, sem dinheiro – reclama o coordenador da Abamf, João Corrêa
De acordo com dados do Comando Regional de Polícia Ostensiva (CRPO), o déficit de efetivo na Região Central é de 53%. Além disso, 22 dos 29 municípios da região têm menos da metade do efetivo policial necessário. Em Santa Maria, o déficit é de cerca de 50%.
Conforme Pablo Mesquita, coordenador do Ugeirm, os policiais atuam, agora, em operação-padrão. Isso significa que não haverá operações policias fora do horário de expediente e não serão concluídos procedimentos policiais, exceto autos de prisão em flagrante (casos de perda de documento ou desacordo comercial, por exemplo, não serão registrados). A mesma situação vale para a Amapergs e Abergs.
Servidores da segurança pública começam operação-padrão no Estado
O coordenador da Amapergs, Fernando Frey, explica que, caso não haja condições de segurança, por exemplo, para levar um detento para uma audiência, ele não será levado. A Superintendência de Serviços Penitenciários (Susepe) tem problemas, inclusive, para pagar combustível para as viaturas. Revistas nas casas prisionais podem diminuir e até deixar de ser feitas. O déficit de servidores do órgão, no Estado, é de 50%. Em Santa Maria, varia de 30% até 35%.
Cleiton da Cruz, coordenador da Abergs, afirma que não é possível deixar a população desassistida, mas garante que não serão feitos trabalhos de prevenção. Ele não soube informar qual é o déficit exato de servidores atualmente na cidade.
Todos são unânimes em dizer que a situação só voltará ao normal quando os salários forem pagos de forma integral. Eles dizem, ainda, que vão paralisar completamente os serviços, por 15 horas, na próxima quinta-feira. Os bombeiros ainda estudam uma forma de viabilizar o serviço de socorro e salvamento durante esse período.